25.12.03

Olho la fora e nada mais vejo alem da lua iluminando e tua face confundindo minha mente. Ainda que pudesse entender o sentido do teu olhar, jamair poderia te-lo, pois a mim ja nao mais e permitido. Ainda que eu pudesse crer em teu sorriso, jamais poderia retribui-lo, pois a mim voce nao veria. Ainda que pudesse a chuva tocar nossas almas, a minha permaneceria intacta, pois o nada e tudo que a sustem. Arrependo-me com estas palavras que, no tempo que eu podia nao quis, e agora, que quero, nao mais existo. Sou apenas a materia vazia, vendo-te partir sem ao menos poder dizer que voce fez sentido na minha vida, mesmo sem saber.

12.12.03

Aqueles séquitos nefastos tramam as próprias ambições, e eu, pedra sorrateira, sou um guarda-chuva em dia ensolarado. Pensam eles, seres cegos pelas riquezas envenenadas, que sou como um fantoche que se usa e depois joga longe. Não tenho irmãos, não tenho amigos, sou eu e minha própria imagem sem cor. No entanto, não há motivo para ser envolvido pela ignorância e fraqueza. Vou fugir deste reino, ao monte norte irei, e talvez lá faça uma fogueira. Quando notarem a fumaça se desfazendo no ar, já estarei milhas avante, em alguma desolada terra. Que façam suas próprias propinas e traições, como quem brinca de vida na própria morte. Esperarei a voz do maltrapilho soar sem dor e então voltarei trazendo maus agouros para estes seres infames. As más notícias se alastrarão como epidemia de doença incurável, fazendo cairem no oco do mundo tomados pelo medo. Verão que suas caras vestes, admiráveis jóias, intocáveis jardins, invejosos castelos valem tanto quando a alergia que toca meu pé. Estes ingratos sentirão o gosto do próprio cuspo que lançaram no prato dos escravos, saborearão a dor das chibatadas desferidas, não durmirão em dia de caos. Sem suas mordomias ao alcance, deixarão suas cinzas se misturarem com as areias do deserto, sem vínculos a serem lembrados - será quando estarei pronto para voltar e aquecer-me na fogueira.

9.12.03

Sem amigos
Peterson Foka


O mundo anoiteceu
Sua sina trouxe vultos
Dos que não mais acordam
Em uma época que não deveria viver
Sem amigos para sorrir.

Tão longe não há como ir
Se só neste áspero lar
Como se o céu fosse cair
Sem amigos para suportar.

Como mergulhar em lágrimas
preso neste arrogante lamaçal?
Ainda que correr e soprar palavras
Não haveria quem as ouvir
Sem amigos para falar.

A vida pretende assim partir
Se dia extende o seu chegar
Como se deixar de existir
Sem amigos para chorar.

30.11.03

Em qual tempo encontra-se a mente, se atordoada pelo efeito deste não consegue discernir o passado, o presente e o futuro? Ainda que aviste o lençol cobrindo as denúncias que foram deixadas sobre a cama, qual a verdadeira razão por viver sob a ação do tempo e sentir-se culpado por não ter feito algo em efeito? Neste tempo, não há explicação que se aproxime das horas que se vão, no entanto, o fato pelo qual os ponteiros continuam a girar faz saborear tempo outro, em que o que fora e o que seria pouco importavam. Uma simples imagem e a complexidade de seu significado eram rochas antigas deformadas pela erosão - era conhecido o processo mas não o motivo. O solo fazia prender os pés, o ar desfazia-se na respiração, a música penetrava em outra dimensão, a luz percorria um único e estreito caminho entre a perfeição e a perdição. O tempo não fora esculpido em estátua, porém sua ação fora reduzida a refeição de pássaros. O simples fato de duas imagens se cruzando, em ternas visões, poderia ser o início de uma nova história contada pelo tempo. Surgiria o padrão da vida em uma ilha de cristal, sem segredos a serem revelados ou mapas a serem escondidos. E todo o resto seria a conseqüência dos atos sobre o tempo. Porém, a que fim levaria ignorar o que não é possível alterar? Qual a razão por alimentar a cria se o predador aproxima-se para o banquete? Não poderia deixar de trocar a complexidade em que acreditava pelo singelo momento de exaltação carnal e espiritual. A descoberta do tempo percorrido e a vivência das chamas que viriam seriam suficientes para concluir os laços do amor? Não havia esperança para tal e a chuva não impedia uma fuga sem culpa. Por mais que o tempo guie os passos ao encontro de duas histórias, ele não é capaz de conduzi-la ao imo de sua essência. E, em sua ausência, não haveria motivos para não perturbá-la, destruí-la... Nem forças suficientes para suportá-la. Sendo assim em vão, tomara a escolha de pular o penhasco e lançar-se nas profundas águas da solidão. Em vão também seria o ataque do tempo e suas modificações sobre a ilha de cristal, pois não poderia tocar nas lembranças batizadas pela luz, harmonizadas pela música, suportadas pelo solo e transportadas pelo ar - o que não ocorrera sempre existiria como único. Como perfeito.

[Listening to: Committed - Pete Yorn - Day I Forgot (03:29)]

18.11.03

Arrebato a tolice humana em sua total ignorância a ponto de chegar ao limiar da existência, onde todos os estilhaços se uniram para formar este abstrato, na exata condição que me faz ser quem sou. As vozes que ao redor se formam gritam por sofrimento e amargura, não do modo que eu receio em existir, mas sim na pura existência que não receio em entender. Não há mais vultos e ostentações sem formas, tudo se torna concreto ao sofrer a erosão do tempo, e, não tarde, vê se face a face com o amanhã, cobre-se com migalhas e se torna uma simples lembrança. Esta lei é natural e não deve ser alterada por mim. Longe disto, minha imaginação perpetua a viscosidade de meus sentimentos, altera todas as regras não permitidas e lança-se no abismo do esquecimento. Lá é possível olvidar sem deixar de lembrar, morrer sem deixar de viver. O inóspito deveria ser tão real quanto o gélido que sustenta as forças de minha mente. No entanto, não passa do sopro do vento no outono, com todas suas folhas secas e abandonadas.

[Listening to: Rainy Day - Guster - Lost and Gone Forever (05:23)]

12.11.03

Pete Yorn - Crystal Village

Take my hand
Come with me
Into this crystal scenery
And wait, til I retain the ticket
You would never have the time
I would love to change your mind

You were there
And it was good in the beginning

Over here, see the lights
Arranging twilight sages
Commence to reveal it to the others
You would never have the time
I would love to change your mind
You were there
And it was good in the beginning
You were there
We were good in the beginning

Yeah, take my hand and come with me

5.11.03

Segue um texto muito bom do Shakespeare. É grande, mas vale a pena.

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.

Você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.

E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.

E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o Sol queima se você ficar exposto por muito tempo.

E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...

E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.

E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.

E que bons amigos são uma família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.

Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.

Aprende que ter paciência requer muita prática.

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar atrás.

Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.

Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar...

E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!

27.10.03

Há algo errado comigo?
Peterson Foka


Há algo errado comigo?
Eu lhe mostro o que você jamais pode ver
Quando me diz ser teu amigo
Não consegue esconder o que desejas ter.

Eu continuo acordando
Interrompendo essa insônia de incertezas
Ouço você sempre dizendo
Que nossas escolhas nunca foram as mesmas.

O que há com a vida?
Eu rasgo o teu retrato, mas ele sempre volta
Para perturbar esta ferida
Tantas formas trazem-te a revolta?

Há algo de errado contigo?
Você faz coisas que eu não posso entender
Conhece-me ao dizer que não ligo
Tão além de onde eu possa compreender

Eu continuo vendo
Tua dor estampada em minha mente
O céu estava morrendo
No dia que teu sorriso estava ausente.

Como acreditar no que não está certo?
Você é única razão da linha que se forma
No entanto, por que nunca está por perto
Quando o medo suga a vida que te torna?

Não sei até onde irá este inverno
Ainda sinto tuas lágrimas escorrendo em meu rosto
Ainda há o que talvez seja eterno
Até que a crua solidão revele o que não possa ser oposto.

26.10.03

Solidão
Alvares de Azevedo


Nas nuvens cor de cinza do horizonte
A lua amarelada a face embuça;
Parece que tem frio, e no seu leito
Deitou, para dormir, a carapuça.

Ergueu-se, vem da noite a vagabunda
Sem xale, sem camisa e sem mantilha,
Vem nua e bela procurar amantes;
É doida por amor da noite a filha.

As nuvens são uns frades de joelhos,
Rezam adormecendo no oratório;
Todos têm o capuz e bons narizes
E parecem sonhar o refeitório.

As árvores prateiam-se na praia,
Qual de uma fada os mágicos retiros...
Ó lua, as doces brisas que sussurram
Coam dos teus lábios como suspiros!

Falando ao coração que nota aérea
Deste céu, destas se desata?
Canta assim algum gênio adormecido
De ondas mortas no lençol de prata?

Minh'alma tenebrosa se entristece.
É muda como sala mortuária...
Deito-me só e triste, sem ter fome
Vendo na mesa a ceia solitária.

Ó lua, ó lua bela dos amores,
Se tu és moça e tens um peito amigo,
Não me deixes assim dormir solteiro
À meia-noite vem cear comigo!

my picture

[Listening to: Sense - Pete Yorn - Music Morning After (03:54)]

22.10.03

Paralelos Caminhos
Peterson Foka


Quando você voltou
eu não estava lá
Você temia outra chance
mas a vida já havia decidido

Quando você me pediu
eu não mais podia
O céu havia nos esmagado
nossas forças eram insuficientes

O tempo causara infortúnios
Fez-nos partir sem despedida
acreditar que haveria saída
para a doença que não se cura

Sim, ignoramos os caminhos
quando a juventude respirava
E agora, quando nos vemos
Tudo é completamente sem sentido

Teu olhar é minha dor
Minha presença a tua solidão
De tudo o que somos
Apenas um vazio nos preenche

O adeus é estéril
O sentimento sempre os trairão
Pois nossas almas são alimentos
Para os paralelos traçados...

[Listening to: On Your Side - Pete Yorn - musicforthemorningafter (05:03)]

16.10.03

Minha notável amiga, este vazio que tu sentes na alma é um adorável estágio. Quando a vida não parece ter sentido, apenas para nós, e o que tudo vemos são filmes estrangeiros, surgem em nossa consciência dúvidas, buscas por respostas. Assim, perdida em multidões de almas, tu choras por não compreender porque a tua está mais dispersa que as outras, comovendo o desejo a não mais continuar... Porém, em vestes rasgadas, caminhar continua (por força alguma que não mais sente) e, quanto mais profundo vê o teu oceano, mais valiosa torna tua jornada. Acredite, mesmo sem agradecer, o infortúnio que te acolhes não é um desperdício de força ou sabedoria - é justamente o inverso. Em teu desprazer de visitar a escuridão deste recinto, algo subitamente surgirá, e esteja preparada para isto. Somente quem procura respostas a encontra - somente quem está preparado a entende. Superficiais e ignorantes são aqueles que, por destino ou desejo, obtém da vida o fardo leve e com ele satisfeitos estagnam. Mas você, minha bela amiga, é o fogo que nunca se extingue, a geleira que nunca se derrete, a chuva que nunca cessa. Tua busca não será infinita, mas o suficiente para que possa alimentar tua alma - e sabedoria - para que possa enfrentar e vencer dos dias futuros...

15.10.03

Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO, mesmo sabendo que as rosas não falam...
Que eu não perca o OTIMISMO, mesmo sabendo que o futuro que nos espera pode não ser tão alegre...
Que eu não perca a VONTADE DE VIVER, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa...
Que eu não perca a vontade de AJUDAR AS PESSOAS, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, reconhecer e retribuir esta ajuda...
Que eu não perca o EQUILÍBRIO, mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia...
Que eu não perca a VONTADE DE AMAR, mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo pode não sentir o mesmo sentimento por mim...
Que eu não perca a LUZ E O BRILHO NO OLHAR, mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo escurecerão meus olhos...
Que eu não perca a GARRA, mesmo sabendo que a derrota e a perda são dois adversários extremamente perigosos...
Que eu não perca a RAZÃO, mesmo sabendo que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas...
Que eu não perca o SENTIMENTO DE JUSTIÇA, mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu...
Que eu não perca o meu FORTE ABRAÇO, mesmo sabendo que um dia meus braços estarão fracos...
Que eu não perca a BELEZA E A ALEGRIA DE VER, mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos e escorrerão por minha alma...
Que eu não perca o AMOR POR MINHA FAMÍLIA, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigiria esforços incríveis para manter a sua harmonia...
Que eu não perca a vontade de DOAR ESTE ENORME AMOR que existe em meu coração, mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até rejeitado...
Que eu não perca a vontade de SER GRANDE, mesmo sabendo que o mundo é pequeno...
Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente!
Que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um é capaz de mudar e ransformar qualquer coisa, pois...

A VIDA É CONSTRUÍDA NOS SONHOS E CONCRETIZADA NO AMOR!

Francisco Cândido Xavier

4.10.03

Estava eu a passar sobre aquele irreconhecível lugar quando trombei com um vassalo da bebida. Débil, não conseguia nem mais pedir um trocado. Esticou um dedo e me tocou, e eu, no susto, pisei em sua mão. Um rugido ecoou, ainda que sufocado, me fazendo pensar ser um rato nos encanamentos enferrujados. O súdito gemeu como um cachorro atropelado, e, vendo aquela angustiante cena, tive náuseas. Enquanto se debatida entre a parede e o caixote que o escondia, eu procurava um beco pra verter o meu sustento. Após esvaziar o estômago, voltei para ver a situação do coitado, mas, estranhamente, encontrei apenas um rabiscado na parede: "Peste que me atormenta, da próxima vez traga um como de água ao invés de pisar na minha calejada mão".

[Listening to: For Nancy - Pete Yorn - title (03:28)]

3.10.03

Seguem as fotos do niver da Miriã no Sphera Choperia dia 27/09/03. Foi muito bom, principalmente após virar danceteria...

1.10.03

Eu precisei da tua ajuda, e você ignorou me. Eu precisei ouvir tua voz, e você se calou. Eu precisava sentir o teu calor, e você se apagou. Quantas vezes mutilei meu próprio orgulho por você... atropelei meus limites para te fazer sorrir. E agora, minha ávida recompensa não é menos tortuosa quanto minha indignação. Humilhação, talvez. Percebo agora, que o tempo é longo apenas se comparado ao todo - em uma parte de nossa história, é tão mirrado quanto o caule de um cravo. Ao pé da lareira, lanço as últimas insígnias do nosso passado - melhor sustentar-me com a falha lembrança, do que torturar-me com a sólida que desliza em meus dedos. Eu era tua razão, e você desconhece-me. Tornei-me uma máscara de personagem secreto, um diálogo de falas mudas. Se há ser mais baixo ao que rasteja por covas densas, então este é o meu rei. O reinado terá dias duradouros...

26.9.03

Óh quão caro me custa o entender-te
Camões


Oh! quão caro me custa o entender te,
molesto Amor, que, só por alcançar te,
de dor em dor me tens trazido a parte
onde em ti ódio e ira se converte!

Cuidei que para em tudo conhecer te,
me não faltasse experiência e arte;
agora vejo n'alma acrecentar te
aquilo que era causa de perder te.

Estavas tão secreto no meu peito
que eu mesmo, que te tinha, não sabia
que me senhoreavas deste jeito.

Descobriste t'agora; e foi por via
que teu descobrimento e meu defeito,
um me envergonha e outro m'injuria.

Quando todas minhas esperanças findaram e minha vida viu-se só, a única coisa que sobrara era um árduo calor, que fulminava minha alma. E, após as tempestades finais, tudo não passava de pó, exceto meu sentimento por você - era o amor que nunca morria.

[Listening to: Pete Yorn - Strange Condition - Pete Yorn - Me,Myself & Irene Soundtrack (04:33)]

23.9.03

I'm

22.9.03

Subitamente apareceu, e se despediu.
Peterson Foka


Eu estava sozinho e você apareceu
Me fez sorrir na triste noite
Embaixo do orvalho ofereceu a mão
Odeio lhe dizer, mas você me fez sentir
Que há calor na gélida escuridão
Subitamente apareceu, e se despediu.

Suas palavras me confundiram
Ainda hoje tendo endendê-las
Alimentando a voz que ecoa em minha mente
Com medo de não ouví-las novamente
Morrerem sem explicações
Subitamente apareceu, e se despediu.

Você mentiu enquanto me despertava
Tentando me fazer melhor - não compreendo
Seu contorno é como minha infância
Amo ouvir sons deste passado
Teu olhar transfoma o real naquela inocência
Subitamente apareceu, e se despediu.

O estrato do teu tempo penetrou em mim
Em minha mente vejo e sinto o pânico
Não posso recitar o desejo de minha alma
Ela jamais quis te encontrar
E agora não pode dizer adeus
Subitamente apareceu, e se despediu.

Esforço-me em crer
Que você é apenas uma outra garota
Como ignorar que a minha salvação é a minha derrota?
Poderia eu viajar ao mais longínquo
De nada adiantaria, seu olor é inacabável...
Subitamente apareceu, e se despediu.

Em vão minhas lágrimas não caem
Suportar este ardor é suicidar-me, lentamente
Ainda vejo-te no colorido jardim
Despedindo-se sem sofrer o rasgo no peito
Meu horizonte jamais será semelhante
Você não era apenas uma outra garota.

[Listening to: Lose You - Pete Yorn - Music Morning After (04:36)]

19.9.03

Ao tardar escreverei, de que tumba não sei, a lição que ensinei a consciência própria que lapidei. Neste ensejo falta-me inspiração para socorrer ao abandono que cerca este lar, e talvez ao amanhecer nada tenha mudado. A minha indignação parte do momento em que, como chuva repentina, idéias explodem e pendem a vontade minha a escrever, porém, sou um pássaro na gaiola e meu desejo nada mais é além de forças desperdiçadas. Uma vez que os estilhaços esvaecem em minha visão, nada mais sobra além de um vazio e descontentamento por não ter registrado a história que se esqueceu. Agora, no entardecer do meu âmago, vou-me embora para a última empreitada deste dia. Que os anjos me observem, e as trevas que se escondam.

11.9.03

Perdi o rumo, a razão desta empreitada ao defrontar a sombra deste infame ninho da tua prole. O que viste agora, senão a loucura em conhecer o teu amanhecer e compará-lo à nódoa de minha estigma? Ah, não há dor pior em sentir-se apunhalado pela condescendência e sujar os joelhos no cacoso lençol que camufla o meu velório. Ali há a trama, o engendro, o suborno que faz da lepra um saboroso prato para festejar minha ida. Há fanfarra e demasiadas gargalhadas ecoando em minha mente, instigando o meu retorno e minha vingança. Sim, vingar-te-ei por tudo o que não foste deveras. Recordará da tua covardia, porém arrependerá do arrependimento que não mais vive? Teu sangue mergulhou-se em tão negra composição que não mais causa sombra ao teu provedor. Teu intento e lascívia virão a tona antes de morrer a negritude que nos cerca e aprenderás a não desprezar o que não lhe parece capaz. Esta será minha doce vingança. Se a penitência não lhe cabe como adjetivo, então afunda tua fronte três vezes ao solo contaminado por vermes que desejam tuas entranhas. Se a podridão adolesce teu seco ego, então o rumo já é sabido. Cairá como pó, misturar-se-á na terra lançada para cobrir os teus inimigos. Ficarei curado da insanidade e vingado de tua estirpe. Torpe estirpe.

[Listening to: High Wire Escape Artist - Boysetsfire - Daredevil (03:48)]

6.9.03

Endo - Simple Lies

Lost in gliches
Demeaning of purpose
Tied so tight
It's trying to expire
Lack of faith
A greater imagination
A perfect perseption
Of cats raining
Photographs of you....of you
Besides, Besides
Simple lies
Are what we are
And what we have
Won't hurt anymore
Simple lies
Are what we are
And what we have
Won't hurt anymore
Silently waiting
For a moment with you
As I tie you into nothing
Understand my hate for you
What is wrong
Oh, what is right
I push you through
I can't live with or without you
Besides, Besides
Simple lies
Are what we are
And what we have
Won't hurt anymore
Simple lies
Are what we are
And what we have
Won't hurt anymore
When something keeps us alive
We rest till death
I try to keep myself back
Together again
Besides, Besides
Besides, Besides
Simple lies
Are what we are
And what we have
Won't hurt anymore

[Listening to: Simple Lies - Endo - Daredevil (04:08)]

4.9.03

De vos me aparto, ó vida! Em tal mudança
Camões

De vós me aparto, ó vida! Em tal mudança,
sinto vivo da morte o sentimento.
Não sei para que é ter contentamento,
se mais há de perder quem mais alcança.

Mas dou vos esta firme segurança
que, posto que me mate meu tormento,
pelas águas do eterno esquecimento
segura passará minha lembrança.

Antes sem vós meus olhos se entristeçam,
que com qualquer cous' outra se contentem;
antes os esqueçais, que vos esqueçam.

Antes nesta lembrança se atormentem,
que com esquecimento desmereçam
a glória que em sofrer tal pena sentem.

2.9.03

Ato I - Dúvida

Após a labuta, observa a fria noite morrendo para nascer o outro.

Oh, noite que vás, afugentada pela luz que hei de cortar, carregue com tua sombra o meu pesar, que apedreja a cela que me abriga. Vê alma minha crida em pó e não mais vida, ferida, espremida, gemida. Cantes canções esquecidas para almejar a sina já jazida. Corres sim, depressa, antes que sinta tua fresta machucada pelo que resta. Mas antes, vinde a mim, tão gélida escuridão, e tome os meus presságios em tua corda, sustentada pela última navalha a romper. E se por infortúnio, assim não fazes, onde hei de ir, se os teus rastros não enxergo? Deixarás na sarjeta eu que a tanto te contemplara sem perceber o feitiço que me lançara? Se minhas palavras perdem-se no entendimento, e em tuas vestes o teu detrimento, quem és tu senão o vulto e o tormento? A dúvida me alcançara sem demora, golpeando a faculdade e a religião. Agora, não recordo onde moro, apenas fito tuas vestes enfraquecem, e meus temores fortalecem na dúvida que me prendera na empresa de ontem. Que soe a trombeta e que suas ondas irrompam o teu céu até Calisto, que ensurdeça as frontes dos inimigos e que converta suas fortalezas em cinzas. O fim da minha espera não tarda, o fim do teu expediente sim. Tua negritude mistura-se com a juventude, fazendo fluir entre eles uma passagem quase ilusória. Então, nesta aberta fenda, acordo recostado em teu cajado - me fizeste hábil e me colocara nesta locação. Porém, agora, órfão de tua família, quem sou eu senão tua cria e visão? O nascimento está contemplado, enfim, saio da lucidez, para acompanhar em tua mudez.

(Peterson Foka)

1.9.03

Simples Ilusões
Peterson Foka


Quando pela brisa avistei
Quis não crer, além do real
Você flutou como uma ilusão
Não aquela que vivo,
Mas aquela que desejo.

A esperança não havia
Para quem você era, existia
Simples como a vida
Real como uma ilusão
Atrás da mentira que me movia.

O tempo suicida-se
Minha certeza puni-me
De que não posso viver com você
Não posso viver sem você
Em um livro falso de quem somos.

Suas palavras envenenaram-me
Somos quem escolhemos
E você escolheu esquecer-me
Sem livrar-se do nosso devaneio
É tudo o que temos.

[Listening to: Simple Lies - Endo - Daredevil (04:08)]

28.8.03

Sem entender os vultos que circulavam sobre mim, corria desesperadamente, enquanto era fustigado por estes indivídos cegos que engrandeciam em seus colapsos inconseqüentes. Não obstante, preocupava-me com os choros desfigurados que vinham através da paredes, de algum lugar deste inóspito submundo. O labirinto, impecável em tua baliza, era mais imenso do que a simples visão captada por meus olhos. No chão deslizavam vermes encadeados com teus progenitores, que criavam repugnates odores ao atritarem-se, aguçando ainda mais o asco que me vinha. Ao redor, a neblina filtrada pela escuridão era submetida a provas pelos fantasmas que a preenchiam. Todos estes eventos eu observava enquanto fugia com veemência, queimando minhas últimas esperanças em encontrar uma fresta de luz. Tudo parecia desmoronar sobre mihnas costas e o peso ia tornando-se insuportável. Até o momento em que hesitei, quando o vulgo hostil apontara em minha direção, e, um segundo após, dominaram-me em uma irreversível insanidade. Sem escolha, lancei meu corpo no negro buraco para acordar de mais uma desfeada insônia.

25.8.03

A esperança como um fósforo inda aceso
Fernando Pessoa


A esperança como um fósforo inda aceso,
Deixei no chão, e entardeceu no chão ileso.
A falha social do meu destino
Reconheci, como um mendigo preso.

Cada dia me traz com que esperar
O que dia nenhum poderá dar.
Cada dia me cansa da esperança...
Mas viver é esperar e se cansar.

O prometido nunca será dado
Porque no prometer cumpriu-se o fado.
O que se espera, se a esperança é gosto,
Gastou-se no esperá-lo, e está acabado.

Quanta acha vingança contra o fado
Nem deu o verso que a dissesse, e o dado
Rolou da mesa abaixo, oculta a carta,
Nem o buscou o jogador cansado.

24.8.03

"Um homem sem solução é aquele que foge de seus problemas" (Peterson Foka)

22.8.03

Lembrei agora, ao notar o calendário, que este dia que se inicia tem em seu ordinal a minha idade. Não foram suficientes para chegar a conclusão alguma (talvez nunca seja), mas sei que algumas coisas nunca mudarão. O ar sempre será mais poluído, os animais extintos, as pessoas egoístas, o mundo confuso. As pessoas sempre irão atrás dos seus sonhos, e, quando caírem, acharão que não terão forças para reerguirem, mas nem perceberão quando o riso ecoar novamente. Sempre amarei minha família e meus amigos, contudo, por mais que sejam prodigiosos, nunca me sentirei completo. O calendário nunca terá mais de 31 dias, assim não lembrarei da minha vida quando as velas ultrapassarem este valor.

20.8.03

Não há
Peterson Foka


Não há de ser
você, ao meu ver
em teu encanto excelso
o ontem que não veio
(nem o amanhã que passou)
aos meus olhos, como uma luz
a eternidade que me persegue
esta condição, que me fere
pelo tempo que não se perdeu
na angústia recordação do desejo
de caminhar com calor
pelas trilhas inexploráveis
deste sentimento irreal.
Traga-me, sem poder carnal
alma minha, sem tua voz
ecoando no silencioso labirinto
que nos uniu
(e nos separou)
pelo motivo que não sei
talvez pelo andar que demorei
ou pela esperança que castiguei?
Não há cor no céu
se oculta-se com teu véu
nem ondas no oceano
se não enxergo o teu olhar
que outrora vez-me ver teu coração
(cadenciado com o meu)
quando tua forma de atacar o ar
e o movimento suave, ao andar
surpreenderam minha razão,
confundiram meus trajetos
subestimaram meus sentimentos.
Não há riso aparente
em tua face, resplandecente
pelo destino que te encontrou.
Teus passos seguem, sem coerência
alimentados por tua quimera
pois em horas certas, visita-te a carência
não do desejo, mas da escolha que fizera.
Sei que o medo te afronta
quando o incerto ameaça o faz-de-conta
Mas se insistes ignorar a vida que aflora
Não condenarás o teu ego
quando viveres onde já não mora?
Não há minutos sem segundos,
Tampouco motivo se ausente
da vida minha que partiu
São tudo flashes em minha mente
daquele momento que eternizou
a simplicidade do teu gesto
sem tocar-me, sem querer-me
apenas observara, tudo e o resto
como sempre há de ser
você sublime, ao meu ver
o impossível, mesmo que nada diferença
este rascunho sem esperança...
Não há eu em tuas palavras
mesmo que você note-me, em dúvida
do amor escrito em carta outra lida
Se não acreditas que meus sonhos são você
e o real não mais importa
Por que não volta
e sinta este ardor que me corta?
Ainda que a angústia venha me provar
aguardarei a chuva cessar,
Porque sem você o amanhã não há
Não há.

15.8.03

Meu Sonho
(Alvares de Azevedo)


Eu
Cavaleiro das armas escuras,
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sangüenta na mão?
Por que brilham teus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?

Cavaleiro, quem és? o remorso?
Do corcel te debruças no dorso…
E galopas do vale através…
Oh! da estrada acordando as poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?

Onde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?…
Tu escutas… Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?

Cavaleiro, quem és? – que mistério,
Quem te força da morte no império
Pela noite assombrada a vagar?
O Fantasma
Sou o sonho da tua esperança,
Tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!…

13.8.03

"Se a vida fugisse das minhas mãos e tivesse que partir, iria triste, mas pior seria se não pudesse te ver uma última vez, fitar seus olhos cheios de mistérios e alegrar-me com teu sorriso terno."(Peterson Foka)

"Se tivesse que voltar no tempo e enfrentar tudo novamente, não hesitaria. Pelo menos eu saberia que, no final, chegaria o dia (único dia) que te encontraria." (Peterson Foka)

12.8.03

Sou um fantasma novamente. Vagueando pelas sombras da cidade, procuro refugio em becos obscuros. Afasto-me daquilo que assim me fez, condenado a atravessar as paredes sem machucar-me, andar meio as pessoas sem notarem-me, cair em uma poça e não molhar-me. Sou uma incógnita que coexiste entre mundos dispersos e intocáveis, flutuando em épocas que não deveriam existir. Viajo para o sentido mais profundo, onde só o eterno pode chegar, e, no entanto, ao menos posso tocar. Fora em um desses caminhos de ida e vinda, que percebi vidas enxergando-me. Viam-me nitidamente, porem jamais escutavam minha voz. Talvez porque não fora permitido emiti-la. Tentava então lançar palavras com gestos, porém não tinha o resultado desejado: apenas uma estátua, e nada poderia fazer. Minha inconformidade superou minhas forças e fez-me decidir fugir. Parti para onde a chuva não poderia molhar, nem o sol iluminar, tão pouco a vida enxergar. É neste submundo que preencho agora, um habitat repugnante onde a matéria esvaiu. O único som que ouço são os dos meus sentimentos sendo sufocados pela descrença. Por mais que os pressiono, não há como fazê-los exaurir. A infinidade desta fonte traz-me a dúvida de um imperdoável erro. Por um instante, hesito em fazer o caminho de volta, mas obviamente já esquecera. Resta-me vegetar neste limbo como algo imaturo que jamais deveria existir. O céu, a terra, o fogo, as águas, a vida, o amor... são somente saudades irrevogáveis. Eu, um fantasma perdido nos postigos.

11.8.03

Não tenho o costume de publicar aqui o meu cotidiano, mesmo porque, se assim fizesse, não teria muito o que revelar além de dias nostálgicos.
Mas abro aqui uma exceção devido ao que ocorrera neste fim de semana, algo simples e inesquecível. Poucos reparam, mas os detalhes mais simples de nossa vida são os que mais nos modificam. Eu teria passado o último e o primeiro dia da semana trancafiado em casa executando as tarefas (obrigações) que planejara se o traçado não tivesse tomado outro rumo. O mais engraçado é que, mesmo após não ter feito nada do que deveria, ampliando minha lista de pendências, me sinto muito melhor de que se o tivesse feito. Tudo ocorreu muito rápido e quando percebi, já tinha terminado. Uma ida ao cinema, um encontro incomum, uma festa inesperada, uma viagem ao desconhecido (longínquo), alegrias constantes, esquecimento do real. Prefiro não citar o desfecho, pois como poucos, não queria que existisse. Cito aqui os protagonistas deste ocorrido:

Fezoca: Gostei muito de te conhecer. Fizemos muita zona na sua casa né? Ei, quero a revanche ein? Foka Popó! rs
Juninho: Foi dificil convencer tua mãe mas valeu a pena né? Precisamos fazer isso mais vezes, o que você acha? E na volta, mais supresas, no sofá da tua casa...rs
Thais: Depois de 1 ano quase nos conhemos hein? E dessa vez nem foi combinado. Adorei te conhecer! Pessoalmente você não é tão chata quanto no ICQ, rs. Ve se treina um pouquinho mais pra me vencer nas "trocas de olhares" hehehe...

Valeu pelo fds pessoal. Adoro vcs!



10.8.03

"É duro como o leite parece amargo quando o amor não brota em vida outra que se pendeu. Não sei como fazer e nem o que dizer. Na verdade não há ao que recorrer. Apenas o tempo amigo (e inimigo) pode trazer a cura (a descrença e a morte)." (Peterson Foka)

"Sofrimento faz vida, assim como o amor a conserva. Se um está em nossa volta, o outro há de se revelar. Não há dor pior, quando engolimos solitariamente o que parece o mais justo. A farmácia com este remédio foi separada no tempo e temos que percorrê-lo para juntar os pedaços." (Peterson Foka)

[Listening to: Coldplay - The Scientist - - (05:09)]

8.8.03

Lí a pouco algo superficial sobre Decisões. Por segundos fiquei pensativo, mas não poderia deixar de expressar minha opinião em rabiscos.

Dizer que tal escolha é importante ou não, ou melhor, julgar se é boa ou ruim baseada em nossa experiência é o mesmo que adivinhar o futuro com uma bola de cristal. Não há como prever o resultado final de uma decisão. Ela pode ser uma catástrofe, no entanto no termino você aprenderá uma grande lição. Ou ela pode ser saborosa, mas não agregará nada a você após ter sido digerida. Basear-se em algo que aparenta ser é um erro. Quem nunca experimentou um limão pensando ser uma laranja? O fato é que, quando nossos cabelos estiverem tingidos pela neve de ontém, vamos analisar tudo e ver o que fora branco e preto. E, mesmo o mais sábio, não poderá adivinhar como estaria vestido se, em determinada ocasião, tivesse escolhido o trem ao invés do ônibus. Enfim, quando o sete estiver completamente pintado, as cores irão sempre refletir, não importa se pintado pelo Da Vince ou por um inepto. Mas sempre haverão os cegos dizendo o contrário. A estes, digo que alguns casos têm cura. Corram, ainda há tempo.

7.8.03

ADEUS
Lord Byron

Adeus! e para sempre embora,
Que seja para nunca mais:
Sei teu rancor - mas contra ti
Não me rebelarei jamais.

   Visses nu meu peito, onde a fronte
   Tu descansavas mansamente
   E te tomava um calmo sono
   Que perderás completamente:

Que cada fundo pensamento
No coração pudesses ver!
Que estava mal deixá-lo assim
Por fim virias a saber.

   Louve-te o mundo por teu ato,
   Sorria ele ante a ação feia:
   Esse louvor deve ofender-te,
   Pois funda-se na dor alheia.

Desfigurassem-me defeitos:
Mão não havia menos dura
Que a de quem antes me abraçava
Que me ferisse assim sem cura?

   Não te iludas contudo: o amor
   Pode afundar-se devagar;
   Porém não pode corações
   Um golpe súbito apartar.

O teu retém a sua vida,
E o meu, também, bata sangrando;
E a eterna idéia que me aflige
É que nos vermos não tem quando.

   Digo palavras de tristeza
   Maior que os mortos lastimar;
    Hão de as manhãs, pois viveremos,
   De um leito viúvo despertar.

E ao achares consolo, quando
A nossa filha balbuciar,
Ensiná-la-ás a dizer "Pai",
Se o meu desvelo vai faltar?

    Quando as mãozinhas te apertarem
    E ela teu lábio -houver beijado,
    Pensa em mim, que te bendirei
    Teu amor ter-me-ia abençoado.

Se parecerem os seus traços
Com os de quem podes não mais ver,
Teu coração pulsará suave,
E fiel a mim há de tremer.

    Talvez conheças minhas faltas,
    Minha loucura ninguém sabe;
    Minha esperança, aonde tu vás,
    Murcha, mas vai, que ela em ti cabe.

Abalou-se o que sinto; o orgulho,
Que o mundo não pôde curvar,
Curvou-se a ti: se a abandonaste,
Minha alma vejo-a a me deixar.

    Tudo acabou - é vão falar -,
    Mais vão ainda o que eu disser;
    Mas forçam rumo os pensamentos
    Que não podemos empecer.

Adeus! assim de ti afastado,
Cada laço estreito a perder,
O coração só e murcho e seco,
Mais que isto mal posso morrer.

6.8.03

"A vida não é um corredor reto e tranqüilo que nós percorremos livres e sem empecilhos, mas um labirinto de passagens, pelas quais nós devemos procurar nosso caminho, perdidos e confusos, de vez em quando presos em um beco sem saída. Porém, se tivermos fé, uma porta sempre será aberta para nós, não talvez aquela sobre a qual nós mesmos nunca pensamos, mas aquela que definitivamente se revelará boa para nós"

A.J.Cronin

[Listening to: The Way You Like It - Adema - Adema (03:39)]

2.8.03

Esse texto abaixo eu retirei de um filme chamado SunScreen, da DM9DDB, em 1999. O texto é comprido, mas valhe a pena. Quem conseguir ler com o coração e com a alma, esquecendo a corrente da razão, após terminá-lo poderá enxergar a vida de outra forma. O video, tente achá-lo na internet. Simplesmente nunca encontrarão nada igual.

Senhoras e senhores.
Usem filtro solar
Se eu pudesse dar um conselho em relação ao futuro, diria: "Usem filtro solar."
Os benefícios, a longo prazo, do uso do filtro foram cientificamente provados
Os demais conselhos que dou baseiam-se unicamente em minha própria experiência, eis aqui um conselho:
Desfrute do poder e da beleza da sua juventude.
Oh, esqueça , você só vai compreender o poder e a beleza de sua juventude quando já tiverem desaparecido.
Mas acredite em mim. Dentro de 20 anos você olhará suas fotos e compreenderá de um jeito que não pode compreender agora. Quantas oportunidades abriram para você eram realmente fabulosas. Você não é tão gorda(o) quanto imagina.
Não se preocupe com o futuro.
Ou se preocupe, se quiser, sabendo que a preocupação é tão eficaz quanto tentar resolver uma equação de álgebra mascando chiclete.
É quase certo que os problemas que realmente tem importância em sua vida são aqueles que nunca passaram por sua mente, tipo aqueles que tomam conta de você as 4 da tarde em alguma terça feira ociosa. Todos os dias faça alguma coisa que seja assustador.
Cante...
Não trate os sentimentos alheios de forma irresponsável, não tolere aqueles que agem de forma irresponsável em relação a você.
Relaxe...
Não perca tempo com a inveja, algumas vezes você ganha, algumas vezes perde.
A corrida é longa e no final, tem que contar só com você.
Lembre-se dos elogios que recebe, esqueça os insultos. (se conseguir fazer isso, me diga como). Guarde suas cartas de amor, jogue fora seus velhos extratos bancários.
Estique-se...
Não tenha sentimento de culpa se não sabe muito bem o que quer da vida. As pessoas mais interessantes que eu conheço não tinham, aos 22 anos, nenhuma idéia do que fariam da vida. Algumas das pessoas interessantes de 40 anos que conheço ainda não sabem.
Tome bastante cálcio.
Seja gentil com seus joelhos, você sentira falta deles quando não funcionarem mais.
Talvez você se case, talvez não.
Talvez você tenha filhos, talvez não.
Talvez você se divorcie aos 40, talvez dance uma valsinha quando fizer 75 anos de casamento.
O que quer que faça não se orgulhe demais, todas as suas escolhas tem 50 % de chance de dar certo, como as escolhas de todos os demais.
Curta seu corpo de maneira que puder, não tenha medo dele, ou do que as outras pessoas pensem dele.
Ele é seu maior instrumento.
Dance...
Mesmo que o único lugar que você tenha para dançar seja sua sala de estar.
Leia todas as indicações, mesmo que você não as siga.
Não leia revistas de beleza, a única coisa que elas fazem é mostrar você como uma pessoa feia.
Saiba entender seus pais, você nunca sabe a falta que vai sentir deles.
Seja agradável com seus irmãos, eles são seu melhor vinculo com o passado e aqueles que no futuro, provavelmente nunca deixaram você na mão.
Entenda que amigos vão e vem, mas que há um punhado deles preciosos, que você tem que guardar com carinho.
Trabalhe duro para transpor os obstáculos geográficos e da vida, porque quanto mais você envelhece mais precisa das pessoas que conheceram você na juventude.
More em Nova York, mas mude-se antes que a cidade transforme você em uma pessoa dura. More no Norte da Califórnia, mas mude-se antes de tornar-se uma pessoa muito mole.
Viaje...
Aceite certas verdades eternas: os preços sempre vão subir, os políticos são todos mulherengos, você também vai envelhecer, e, quando envelhecer, vai fantasiar que, quando você era jovem, os preços eram acessíveis, os políticos eram nobres de alma, e as crianças respeitavam os mais velhos.
Respeite as pessoas mais velhas e não espere apoio de ninguém, talvez você tenha aposentadoria, talvez tenha um conjugue rico. Mas você nunca sabe quando um ou outro pode desaparecer.
Não mexa muito em seu cabelo, senão, quando tiver 40 anos vai ficar com a aparência de 85.
Tenha cuidado com as pessoas que lhe dão conselhos, mas seja paciente com elas. Conselho é uma forma de nostalgia. Dar conselho é uma forma de resgatar o passado da lata de lixo, limpá-lo, esconder as partes feias e reciclá-lo por um preço maior do que realmente vale. Mas acredite em mim quando eu falo do filtro solar....



Não valeu a pena?


[Listening to: My Immortal - Evanescence - Origin (04:26)]

31.7.03

Apenas adormecer ao seu lado
Peterson Foka


Apago as luzes e vejo seu contorno
acenando para o limiar da nossa poesia
escrita outrora, inspirada no seu inverno
vivida a muito, onde existia a alegria.

Cerro os olhos e divido lágrimas em sua face
por um universo que não emergiu
incomparável, como se você me amasse
inconformável, como um sonho que existiu.

Tento aquecer-me desta fria solidão
e recordo do seu beijo, abraço...
perturba minha alma, fere meu coração
fútil é minha noite, em vão o que faço.

Eu apenas querida adormecer
com você ao meu lado
e talvez poderia sentir
eu, como alguém amado.

E assim perdido, vejo, mas não te acho
há muito tento, já sem esperança
neste labirinto vil, irrealidade febril
Você e eu, apenas uma lembrança.

[Listening to: Turn the Lights Down - a-ha - Lifelines (04:15)]

30.7.03

“Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.
Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, mas não vai sozinha e nem nos deixará só, porque leva um pouco de nós e deixa um pouco de si.
Há os que levam muito e deixam pouco, há os que levam pouco e deixam muito.
Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que não nos encontramos por acaso.”
(Charles Chaplin)



"Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te" (Shakespeare)


"Os espinhos que colhi são da árvore que plantei." (Lord Byron)


"O tempo é a imagem móvel da eternidade." (Platão)


"A verdade é filha do tempo e não da autoridade." (Galileu Galilei)

"Outros terão
Um lar, quem saiba, amor, paz, um amigo.
A inteira, negra e fria solidão
Está comigo.
A outros talvez
Há alguma coisa quente, igual, afim
No mundo real. Não chega nunca a vez
Para mim.
'Que importa?'
Digo, mas só Deus sabe que o não creio.
Nem um casual mendigo á minha porta
Sentar-se veio.
'Quem tem de ser?'
Não sofre menos quem o reconhece.
Sofre quem finge desprezar sofrer
Pois não esquece.
Isto até quando?
Só tenho por consolação
Que os olhos se me vão acostumando
À escuridão."


Fernando Pessoa


29.7.03

"Eu apenas querida adormecer
com você ao meu lado
E talvez poderia sentir
eu, como alguém amado."

28.7.03































Esta semana, dia 01 agosto, estréia um dos filmes mais esperados do Ano: O Exterminador do Futuro 3 - Perto do dia do julgamento, o jovem John Connor precisa escapar e deter máquina do futuro que veio desencadear o fim da humanidade.
Pelas críticas, o filme faz jus a sequência. Mais um filme pra assistir no dia da estréia =))

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25.7.03


Cupido e Psique - François Gerard

Quanta lenda tão bela, outrora, nesse dia
Longínquo em que a razão tornava à fantasia
A asa multicor e, entre areias de ouro,
O rio carregava um líquido tesouro!
Quando a mulher, sem par, beleza peregrina
Que de sofrer e amar e lutar teve a sina,
A terra percorreu, exausta, noite e dia,
Em procura do Amor, que só no céu vivia!


T.K. Harvey

24.7.03

Seguem mais fotos. Desta vez os coadjuvantes são o pessoal do trampo (e eu). Um pior que o outro (rs).
Na 1º foto temos o Jgui e o Ferrador vendo um filminho pornô no micro do Ivan. Este da esquerda, o Jefferson, não está compartilhando a felicidade mútua por que não é atraído por tal: ele é gay (rs).
Na 2º foto, este que a pouco fora no banheiro (dps da sessão pornô), se contaminou pelo stress básico no trampo: está resolvendo alguma merda que outro analista cometeu.
Na 3º foto, nossa amiga Dani, a mais desejada do depto, pega de surpresa. Percebam que ocorreu um erro no micro dela. Motivo: estava tentando ler um disquete sendo que não o colocou no driver! Mulheres...
Na 4º foto temos novamente o famigerado Jefferson, em um momento de concentração. Parece meio triste, bem provável que teve uma briga com o seu namorado (será que ele é ativo ou passivo?) na última noite.
Na 5º, temos a salvação do time: as Deusas do SPOC (falta uma, a Aninha). A mais alta é a Babi, A Supervisora. A Dri e a Dani completam a paisagem com suas indiscutíveis belezas, comparada as das deusas da mitologia: Afrodite, Minerva e Diana.
Na foto ao lado, Jgui e Guile, tentando fazer cara de mau: mas não convencem - são bobos iguais os outros!
Na seguinte, Ivan (recuperado do stress), eu (tirando um feijão dos dentes) e o trânsito na 23.
Na penúltima foto, eis o autor deste post e deste blog... prefiro não fazer comentários sobre ele, por questões óbvias.
Finalmente, na última foto, temos um degrade facial: reparem, a garota chocolate (Ana), o Edu (que bico é esse?) e a Dani, com o rosto engessado.
Faltaram algumas pessoas, assim que tiver as fotos deles eu posto aqui, juntamente com os devidos comentários.
Abração pra vcs!





















23.7.03

Lifelines
A-Ha

One time to know that it's real
One time to know how it feels
That's all
One call - your voice on the phone
One place - a moment alone
That's all

What do you see?
What do you know?
What are the signs?
What do I do?
Just follow your lifelines through
What do you hate?
What do I do?
What do you say?
Don't throw your lifelines away
Don't throw your lifelines away

One time - just once in my life
One time- to know it can happen twice
One shot of a clear blue sky
One look - I see no reasons why you can't
One chance to be back
To the point where everything starts
Once chance to keep it together
Things fall apart
Once I make us believe it's true

What do we see?
Where do we go?
What are the signs?
How do we grow?
By letting your lifelines show
What if we do? What up to now?
What do you say?
How do I know?
Don't let your lifeline go
Don't let your lifeline go
Don't let your lifeline go

[Listening to: Lifelines - a-ha - Lifelines (04:18)]

22.7.03

Linhas do tempo
Peterson Foka

O que há neste velho recinto
senão você em esperança?
Em minha profunda mágoa
ou em íntima desconfiança?

Tudo sempre em vão
nas linhas do tempo perdido.
Se lhe ofereço minha solidão
foges do amanhã não sofrido?

Tuas palavras mudas
são setas em minha ferida
secam lágrimas turvas
esvanecem sobras da vida.

21.7.03

É uma brisa leve
Fernando Pessoa


É uma brisa leve
Que o ar um momento teve
E que passa sem ter
Quase por tudo ser.


Quem amo não existe.
Vivo indeciso e triste.
Quem quis ser já me esquece
Quem sou não me conhece.


E em meio disto o aroma
Que a brisa traz me assoma
Um momento à consciência
Como uma confidência.

18.7.03

Titã, a cujos olhos imortais
As dores dos mortais
Mostram-se em sua crua realidade,
Como algo que os próprios deuses vêem.
Que prêmio mereceu tua piedade?
Um profundo e silente sofrimento
O abutre, a corrente, a rocha,
E o orgulho de sofrer sem um lamento.


Shelley

16.7.03

Sou tão infância agora, me desculpe, são apenas plágios de um passado não terminado. São fantasmas que me assombram com saudades de uma época em que a doçura e a inocência eram tão naturais quanto imperceptíveis. Quando costumava permanecer por horas deitado vendo as estrelas, junto aos meus fiéis amigos. Em um mundo em que as luzes celestes me traziam apenas inspiração, belezas infinitas. (Hoje, traz-me uma leve tristeza, por saber que minha vida são como elas, lembranças.)
Fazem-me caminhar sobre as nuvens e poder me ver lá em baixo, feliz sem saber o por quê. A alegria e o riso são tão constantes, verdadeiros. Sou como um sonho. Tudo é. Capaz de equilibrar no alto de um prédio sem a preocupação de cair. Poder gritar meio a multidão sem ter vergonha. Andar por traços desconhecidos, guiado pelos relórios naturais. Ah, quanto mais me vejo, mais me odeio. Mais quero exonerar-me. Tudo parece recordações de um sonho distante e saber que são apenas laços confusos faz-me esquecer o futuro. E quando tento apenas olhar o agora, vomito em suas vestes torpes, pois o que era belo fora sucumbido.
Perturbação. Assim sempre será, enquanto esses fantasmas persistirem em viver.


[Listening to: A-ha - Solace - (04:20)]

11.7.03

Eu sou o filho
E o herdeiro
De uma timidez que é um crime vulgar
Eu sou o filho e herdeiro
De nada em particular

Você fechou sua boca
Como você pode dizer
Eu faço coisas de modo errado?
Eu sou humano e preciso ser amado
Gosto do que todo mundo faz


Eu sou o filho
E o herdeiro
De uma timidez que é um crime vulgar
Eu sou o filho e herdeiro
De nada em particular

Você fechou sua boca
Como você pode dizer
Eu faço coisas de modo errado?
Eu sou humano e preciso ser amado
Gosto do que todo mundo faz


Há um clube, você gostaria de ir
Você poderia conhecer alguém que realmente ama você
Assim, você vai, e estás de pé por conta própria
E parte de você por conta própria
E você vai para casa e chora
E você quer morrer

Quando você diz que é agora que as coisas acontecem
Bem, quando exatamente você quer dizer?
Veja, eu já esperei por muito, muito tempo
E toda minha esperança se foi


[Listening to: How soon is now? - T.A.T.U. - 200 Km/h In The Wrong Lane (03:16)]

Este passado gravado,
eternizado em lápides humanas
são as sobras da memória
conduzida por quilômetros a fora
ao desespero, ansiedade, vontade...
Ao distante não se arriscou, mas o suficiente
para alertar-me da proximidade do fim
O distinto e solitário fim carnal.
No instante em que o vento sopra
as folhas das gigantes paisagens
deleito-me com a mansidão do vazio
virando as páginas desse álbum ingrato
Faz-me lembrar que outrora fui sóbrio
Misturava-me ao ritmo da canção
contaminando com os prazeres joviais
Em um lapso o Rei, nos seguintes o Faminto
Queima! Queima!
Isola esta epidemia descontrolada
que me ataca em alucinações
da beleza perdida, do amor corrompido
Ainda posso tocá-la, pele macia
senti-la na mais profunda das sensações
Como se tudo existisse,
flocos de neve flutuassem...
Derretessem na exaustão do fogo
da irrealidade inacabada.
Desfigura-se a última cinza
das folhas de ontem
semelhante a nostalgia
Entregada aos que mentem.

9.7.03

"Na inexorável travessia para o amanhã,
O vento não apaga as pegadas
De alguma forma as eterniza.
Ao acordar, nada fora
Visíveis permanecem, afrontando-me
Para que nunca me esqueça."

8.7.03

Neste domingo aconteceu algo de que eu nunca me esquecerei. Um susto que ficará lapidado em minha mente pelo resto de minha existência. Eu já explico: Meus amigos fizeram uma festinha supresa pra mim. Ficaram a semana toda combinando os detalhes e eu nem me toquei. Quando cheguei da locadora, ao entrar na copa, UUUUHHH!!! Queria ter visto a minha expressão naquele momento, deve ter sido muito engraçada. Quero agradecer a todos que fizeram o momento acontecer... nunca me esquecerei...
Pri, Pam, Neni, Swe, Karin, Thel, Miriã, Milca, Dri, Debby, Carol, Fê, Jason, Juninho... até o Xico compareceu!
Valew Pessoal!!! Vcs sempre estarão no meu coração!

5.7.03

Saudações vitulinas!
Saíram do forno mais fotos! Desta vez do aniversário de 15 anos da Fê, que por sinal foi muito bom. A turminha da sempre não poderia faltar e deixar os seus registros:






















4.7.03

"Viver é desenhar sem borracha"
~ Millor Fernandes ~


Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,
qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim

~ Chico Xavier ~


Amar-se é o início de um romance para a vida toda.
~Oscar Wilde~


A palavra progresso não terá qualquer sentido
enquanto houver crianças infelizes

~Albert Einstein~


É preciso ser um realista para descobrir a realidade.
É preciso ser um romântico para criá-la

~Fernando Pessoa~

3.7.03

"Sei que ainda há esperança
para a vida não terminada,
Que ainda há chance
para os erros não encontrados,
Que ainda há saída
para a corrupção não conscientizada.
Sei que ainda há vida
para os órfãos da sociedade
E que haverá a morte
para os assassinos da bondade
Apenas não estou certo
se neste confuso mundo
que rege em minha mente
Ou nas caóticas imagens
que surgem ao abrir os olhos"


[Listening to: Torn Apart [Remix] - Stabbing Westward & Wink - (04:52)]

2.7.03

Hoje, um dia como outro qualquer, acordei com o despertador do pensamento. Em breve terei que me misturar com o ar lá fora, conhecer diversas faces, entender sons confusos, exercer as tarefas de sempre... O engraçado é que cada um desses ciclos deveriam ser diferentes, misteriosos, já que se trata do tempo não crescido. E não são. Em sua índole, todos são iguais. Sua influência em minha existência a transforma na tola mesmice. As horas consumidas acabam se tornando completamente vazias. Se não há sentido, este nasce onde há o vácuo preenchendo a ausência. Flechas ferem meu consciente com a mesma questão: há de ser diferente quando, em um presente quase inexistente, o fim se torna o começo? Em minha falha memória, não há registros de um passado distinto. O presente não há de ser diferente. Começo a me inclinar para a teoria de que a vida é folha seca pisoteada por ela mesma: apenas existe, como tudo. Como o ciclo.

27.6.03

SMALLVILLE - EXODUS - LAST EPISODE
Nesta última quinta foi exibido na Warner o último episódio da 2º Temporada de SmallVille!
Finalmente Clark Kent beija Lana e parece que tudo ficará bem entre os 2. Mas coisas inesperadas acontecem. Clark recebe um chamado do seu pai, que se manifesta através da nave. Kal-el (o verdadeiro nome de Clark) é avisado que chegará o momento final em que seguirá o seu destino - o domínio da Terra. Mas ele recusa com todas suas forças. É alertado pelo seu pai que não tem saída: caso recuse o seu futuro, todos que ama sofrerão. Enquanto isso Lex Luthor está prestes a se casar, e aguarda pela chegada do padrinho (quem será??rs). Mas Clark não vai, diz para Lana ir na frente para poder executar o seu plano. Se não quiser saber o final, não leia o resto!
Antes porém, acaba encontrando Cloe, que está magoada pela falsidade de Clark: não contou sobre o seu relacionamento com Lana. Em uma discusão, ela acaba indo embora chorando.
Com a chave de Kriptonita roubada de Leonel Luthor, a nave é detruída causando uma grande explosão que atinge o carro dos Kents causando um grave acidente. O resultado disso é que a mãe de Clark perde o filho (estava prenha) e seu pai não o perdoa pela ação feita. Tudo começa a ruir em volta de Clark. Percebe que esta acontecendo exatamente como previsto pelo teu pai, e resolve ir embora antes que faça mais pessoas sofrem. Voltando a atenção para Lex, que está (dormindo) no avião destinado a lua de mel, acorda e percebe algo errado: o avião esta caindo! E o melhor: o piloto e sua "esposa" sumiram!
No final (emocionante como sempre), Clark faz a última pessoa sofrer: Lana. Na tomada final, a camera mostra em um ângulo superior a partida de Superman. Para onde? E os que ficaram? O que acontecerá com Lex??? Só no final no ano saberemos, na 3º temporada.