7.5.04

Desejo irrealizável.
Eu fui ao monte e retornei
Onde minha desventura perdurei
Na verdade,tolo e cético
Ao fato que neguei
Até onde sei, foi você quem ignorei
Não pela obviedade crua da mente
Aquela que nos trai ao som da noite
Mas pela impiedade desta viagem terminal.

Às vezes você me chama pelo nome
Outrora, me acorda afávelmente
E quando, ao redor fujo e refujo
Vejo-me aquém, longe de sua face
Em lugar algum deste milharal murcho
Arrependo-me, substancialmente
Desde aquele encontro, anos distantes
No entanto não podia quando queria
Ainda hoje você me veria?
Improvável, incontestável
Ao lar você recua
Quando ao redor, a simples lua
Não afeta a chama que devora as últimas páginas
De uma história jamais escrita.

Não diga adeus
Eu não posso ouvir-te
Não saberei que se fora
O mundo é o teu refúgio
Tua existência minha esperança
De que um dia ainda diga Adeus
E eu acene de volta
Na pura imaginação
De um desejo irrealizável.

Peterson Foka