20.9.04

Segue minha opinião sobre um post do dia 16/09 que lí neste blog:
http://babiakylla.weblogger.terra.com.br/

É a condição natural do ser humano que o faz definhar a cada segundo que se passa. É como se estivesse em uma linda ilha e procurasse apenas um buraco para se jogar. Só que isso, em mts casos, é inconsciente. Ou existem motivos tão fortes, e ao mesmo tempo tão ridículos, que os cegam. Não há como impedir que caminhemos para o caos. Só olhar ao redor e analisar: Estamos melhor doq antes? Logicamente a resposta será não. Muitos têm esperança de uma amanhã melhor, onde o homem encontrará a sabedoria e harmonia, saberá viver afávelmente com o semelhante e com a natureza. Mas isso é balela, não existe tal futuro. O homem é motivado por pensamento mesquinhos, como dinheiro, poder, status. E, os poucos que ignoram tais idiotices, o que de fato podem fazer para mudar? Sim, com coragem se faz algo, mas se muda algo? Muda-se opiniões em massa dizendo para uma população aquilo que, mesmo inconscientemente, ela quer ouvir. Dizer coisas duras, como um sermão à propria índole, não causa mais do que uma auto-análise. Em sumo, mts podem até saber oq mudar, mas não sabem como. E não tem vontade de tentar saber. Mais uma vez, a condição natural deste ser incoerente.

29.8.04

Cega dor que vem e não voa.

Conheci, em meu próprio lar
Alguém que não deveria estar
Corpo e alma na minha vizinhança
Pensamento aquém da minha esperança.

O ontem, que ainda não se despediu
É o martírio que a pouco emergiu
Uma incontrolável chama que ecoa
Cega dor que vem e não voa.

Um olhar, um gesto, um instante
Houve tempo e estava distante
O som que vinha e me acariciava
Era sua voz que sem saber cantava.

Eis a vida, na inocência visão
De um amanhã além desta condição
Doce lembrança que ninguém vê
É tudo o que tenho de você.

by Peterson Foka

15.8.04

Isto é tudo o que eu sei

Sempre algo nota minha vinda
Sempre risos vêm em minha partida
O resto é sempre vazio
Um espaço entre eu e a vida
Quando alguém me toca
Não sou eu, nem ninguém
Isto é tudo o que sei
Do amanhã nascem as lágrimas
E um tempo que não importa
Isto é verdade, ao contrário
Do fogo que assola minha alma
É a mentira, contada sem palavras
O vento que flue através do tempo
Leva tudo o que eu sei
Dor através do pensamento
Não é tudo o que sinto
Se não há fim sem lembrança
Há caminhos à rabiscar
E nuvens à pintar
Tinta negra sobre a sombra
Minha imaginação sobre o concreto
Você na minha insanidade
E talvez seja tudo o que eu precise
Nada além do que eu queira
Apenas a luz para minha cegueira
Nada mais que importe.

by Peterson Foka

7.5.04

Desejo irrealizável.
Eu fui ao monte e retornei
Onde minha desventura perdurei
Na verdade,tolo e cético
Ao fato que neguei
Até onde sei, foi você quem ignorei
Não pela obviedade crua da mente
Aquela que nos trai ao som da noite
Mas pela impiedade desta viagem terminal.

Às vezes você me chama pelo nome
Outrora, me acorda afávelmente
E quando, ao redor fujo e refujo
Vejo-me aquém, longe de sua face
Em lugar algum deste milharal murcho
Arrependo-me, substancialmente
Desde aquele encontro, anos distantes
No entanto não podia quando queria
Ainda hoje você me veria?
Improvável, incontestável
Ao lar você recua
Quando ao redor, a simples lua
Não afeta a chama que devora as últimas páginas
De uma história jamais escrita.

Não diga adeus
Eu não posso ouvir-te
Não saberei que se fora
O mundo é o teu refúgio
Tua existência minha esperança
De que um dia ainda diga Adeus
E eu acene de volta
Na pura imaginação
De um desejo irrealizável.

Peterson Foka


21.3.04

Amanhã


Amanhã
Outro dia
Senão hoje
Qualquer dia
Faz a lição
Constrói a rotina
Tens Obrigação?
Segue a sina
Vira a esquina
Cai na matina
Ouve outra ladainha
Engole revolta
Ofende a bela-morte
Cuspe de volta
Se diz forte
Chora a solitude
Queixa-se da sorte
Engenha atitude
Pula na fé
Recebe o banal
Foge do cifé
Apanha luxúria
Corre sem alcançar
Rí da lamúria
Atrasa a brisa
Contesta o passado
Tenciona o futuro
Desaparece o presente
Alimenta o destino
Acaricia sua vacina
Volta-se ao leito
Sonha acordar
E, amanhã
Outro dia
Mais um dia.

14.3.04

Religião

Se o mundo não está certo, então este é o maior erro que a humanidade já cometeu. Se o inexplicável for desvendado, o erro virará o caos. Se o provável nascer de uma tempestade, então a guerra virá, e a vida sucumbirá diante sua falsa crença. Se é certo ou não, apenas aquele que tem na fé sua maior força, pode descobrir... ou camuflar a verdade de si próprio. Não irei desperdiçar palavras levantando questões já discutias por bardos ao longo do tempo, mas sim traçar um provável caminho para qual caminhamos. O mesmo cristianismo que venceu as antigas crenças perdura com sua inabalável força, ainda que transmutado em suas próprias crias. Ele está em praticamente todos os lares, culturas e coexiste com nosso dia-a-dia. Há aqueles que ajoelham clamando ao Deus em seus próprios recintos, outros se reúnem em bandos, muitos vão até a igreja propriamente dita, enfim, a forma de cutuar Deus está muito flexivel na atualidade. Porém, parece estar havendo epidemia de um vírus chamado Igreja. Reparem: o lugar antes visitado por bêbados hoje se transformou em uma salão com Jesus Cristo pendurado na parede. E ele ainda carrega a cruz. O coitado, mesmo depois de morto, ainda sofre por nós. No caminho para minha casa, sou obrigado a escutar cantorias, gritos, gemidos, orações sem sentido e outras coisas disparatadas. Não é mais um convite, é uma ordem vinda dos céus e quem não obedecê-la arderá eternamente nos chamuscos do inferno. Já sinto-me queimando. A epidemia se espalhe e, diante dela, surgem profetas, mensageiros de Deus e anjos em forma de carne podre que parecem disputar entre si, e quem vencer a discussão de quem fala mais alto terminará com uma gorda conta no banco. E este absurdo só aumenta porque os humanos são mais absurdos ainda. Do outro lado do rio, hão doutrinas que já perduram por algum tempo e criaram fortes raizes na terra abençoada. Uma destas, eu, de certa forma, creio e já frequentei e muito suas belas fortificações. Mas percebi que, além da fé, da caridade e bondade, há algo mais forte: a estupidez humana de corromper a suas próprias entranhas. Confesso que muitas vezes fiquei comovido diante uma aparente força que me tomava, mas, na maioria das vezes, deparava-me com palavras contraditórias, sentimentos egoístas, a superioridade estampada no tolo riso, a caridade tentando desculpar os erros, o isolamento (e preconceito) ao mundo que alí não pertencia e a mentira, para improvisar quando não havia a verdade. A doutrina deveria ser rígida, e até é aplicada como tal, porém como algo antigo pode sobreviver diante as modernidades e vaidades do mundo? Não há nada que possa suportar a pressão das culturas, que se alteram de esporadicamente. Só os tolos não percebem que as doutrinas estão sendo alteradas pelos jovens, da mesma forma que já foram alteradas pelos nossos antepassados. Desta forma, as doutrinas se rompem, criam novas crenças, engenham novas comunidades, pregam novos costumes e confrontam entre si - quem vencer recebe um pedaço de moradia no céu. A igreja está dando boas vindas ao caos que ela tanto repreende. A igreja está tomando coquetéis com o ganha pão dos tolos que a reverenciam. A igreja está esquecendo o que sempre defendeu e apelando para a mesquinharia que assola o mundo. Em breve, o que existe hoje se tornará lembrança, e os que lembram não estarão vivos para contar. Se algo é certo, se diluirá nas mentes corrompidas dos futuros pregadores. E se a epidemia tornar-se visível à grande massa estúpida, haverá motivo para uma guerra entre as nações. Se há uma balbúrdia que possa envolver todo o globo, esta certamente anda de mãos dadas com a religião. E tão logo o todo cairá diante a crença de sua própria existêcia. O início e o fim, sobretudo, serão a mesma coisa.

13.1.04

Sim, faz tempo que não escrevo onde sempre escrevi. Talvez a vontade tenha se rebelado contra a imaginação de um ser olvido, mas nada que aqueça uma fonte d'água em um verão confuso. Entretanto, se há musica para jovens, velhos e doentes, há também para tolos. E, nessas pequenas descobertas, surgiu MadreDeus. Assim, a inspiração foi exaltada após as belas canções "Haja o que Houver" e "O Pastor". Portugal também exporta boa música.

São as voltas
Peterson Foka


Ali, naquele barco abandonado
O tempo foi ter sua lamentação
Do velho que apenas imaginado
Volta a tocar a antiga canção

Ali, naquele cômodo despedaçado
Soltaram vozes duma coisa ordinária
O silêncio dos sonhos acordado
Em mudas de uma fantasia solitária

São as voltas
das palavras mortas
São as voltas
das promessas postas

O que há por preencher o tempo
Tarda a esquecer o seu encanto
O antigo que exala no campo
Tem medo de disperder seu manto

São as voltas
das palavras mortas
São as voltas
das promessas postas

No túmulo daquele poço fundo
Perdura o laço as almas unidas
Por um golpe de um par imundo
Lapidou a face das entranhas feridas.

São as voltas
das palavras mortas
São as voltas
das promessas postas