29.8.04

Cega dor que vem e não voa.

Conheci, em meu próprio lar
Alguém que não deveria estar
Corpo e alma na minha vizinhança
Pensamento aquém da minha esperança.

O ontem, que ainda não se despediu
É o martírio que a pouco emergiu
Uma incontrolável chama que ecoa
Cega dor que vem e não voa.

Um olhar, um gesto, um instante
Houve tempo e estava distante
O som que vinha e me acariciava
Era sua voz que sem saber cantava.

Eis a vida, na inocência visão
De um amanhã além desta condição
Doce lembrança que ninguém vê
É tudo o que tenho de você.

by Peterson Foka

15.8.04

Isto é tudo o que eu sei

Sempre algo nota minha vinda
Sempre risos vêm em minha partida
O resto é sempre vazio
Um espaço entre eu e a vida
Quando alguém me toca
Não sou eu, nem ninguém
Isto é tudo o que sei
Do amanhã nascem as lágrimas
E um tempo que não importa
Isto é verdade, ao contrário
Do fogo que assola minha alma
É a mentira, contada sem palavras
O vento que flue através do tempo
Leva tudo o que eu sei
Dor através do pensamento
Não é tudo o que sinto
Se não há fim sem lembrança
Há caminhos à rabiscar
E nuvens à pintar
Tinta negra sobre a sombra
Minha imaginação sobre o concreto
Você na minha insanidade
E talvez seja tudo o que eu precise
Nada além do que eu queira
Apenas a luz para minha cegueira
Nada mais que importe.

by Peterson Foka