Choro
Choro pelas lágrimas derramadas
Choro pelo oceano morto
Tristeza hão pelas chuvas não terminadas
Hei de silenciar o fim torvo?
Levado aos confins do devaneio
Choro pela alegria não terminada
Choro pela tristeza não iniciada
Há saída para esse cativeiro?
Se sou eu a estatua viva
da mais pura e singela vida
Por que choro pela manhã crecida?
Medo da luz destruída?
Há tantas flores que almejam sorrir
mas por que não lamento pelos cravos a ferir?
se há dor, desprezo e solidão
Pudera eu lutar se tudo é em vão?
Quando caminho no leito da imensidão
aprecio a lança voando em minha direção
Choro pela serena aproximação
sigo assim, nesta mortal canção?
Peterson Foka
29.9.02
Postado por Foka às 9/29/2002 09:46:00 PM 0 comentários
Bom, não costumo escrever essas coisas aqui mas vou fazer uma exceção.
Fabi adorei te conhecer, vc é mt legal! Aprendiz de Poeta ein!! hehehe
Daiane, vc é mt gente tb! Bjaum!!!
Mayara eu te adoro mt!!!
Bjaum pras minhas amiguinhas Miriã, Milca, Adri, Fê, Anninha, Ner (faz tempo ein?), Jen, Swe, Kan, Andréia, Dani Moro, Danifer, Babi, Adriana Mara, Renatinha da IBM, Marina, Ana Teófilo, Adriana Oliveira...
Abraço pros manos Jonatas, Pablo, Filhão, Eder, Ivan, Diogo...
Gallerinha Rox...
Postado por Foka às 9/29/2002 02:40:00 PM 0 comentários
28.9.02
Hoje é niver da Miriã! [P] [A] [R] [A] [B] [É] [N] [S]
Te curto pacas!
Postado por Foka às 9/28/2002 05:54:00 PM 0 comentários
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entetrer a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa
Postado por Foka às 9/28/2002 05:38:00 PM 0 comentários
19.9.02
A volta das Vozes
Vozes voltam,
surtam desordem em minha mente
Vozes gritam,
gelam minha alma com sua força camuflada
Vozes fogem,
com pavor do maligno descoberto.
Ocultam-se no mais profundo abismo
Espreitam sorrateiramente sob a penúmbra
Parecem adormecidas, esquecidas
Planejam algo, maligno ao seu ser
Investem em lembraças
Ah lembranças!
Vozes chovem,
gotas incompreensíveis molham minha face
Vozes atacam,
pedras solitárias ferem minha alma
Vozes debocham,
intimidam meu ego com as fraquezas conhecidas
Vozes voltam,
pertubam o que caira no esquecimento
Peterson Foka
Postado por Foka às 9/19/2002 03:01:00 AM 0 comentários
17.9.02
PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
Augusto os Anjos
Postado por Foka às 9/17/2002 04:28:00 PM 0 comentários
15.9.02
Sofrimento, Desgraça
"Sofrimento, Desgraça
venham, aqueçam-se comigo na lareira
sitam o calor do fogo,
o mesmo que queima meus pés.
Juntem-se a mim
Abrsorvam minha carne pútrida
Vertam se ficarem enojadas
Saboreiem o vazio no meu interior
Percebam a lenta vertigem
E conheçam o remorso
de tentarem trucidar
o que há muito não mais existia."
Peterson Foka
Postado por Foka às 9/15/2002 10:30:00 PM 0 comentários
8.9.02
O dia começara bem, inesperados acontecimentos surpreenderam-me. Aquela garota a qual eu observara todas as gélidas manhãs trocou singelas palavras comigo. As vezes você caminha tanto para prosseguir com a insensata vida que acaba dando voltas no relento da noite. "Como o mundo é pequeno!", esta frase causa me enjôo. Não se boqueie à esta ingênua conclusão. Não percebe a imensidão do espaço onde vivemos? Creia que haja coincidência e eleve seu trajeto a futilidade. São nossos caminhos, que por mistériosos motivos, cruzam e nos faz viver algo. Mesmo que seja poucos momentos, há uma razão para tal. Muitos não compreendem, muitos sequer consideram e guardam no porão do pensamento - grande tolice. Um dia o quebra-cabeça será montado e estas pequenas peças poderão faltar.
(...)
O andamento do dia foi o inverso dos outros. Havia alegria na pessoas, nos pequenos fatos, o mundo parecia feliz em uma total harmonia. Achei estranho, mas logo fui me adaptando e não pude conter o sorriso. Um pensamento bombardeava-me: "É possível que o dia acabe com essa serena alegria?". Hoje, percebo que tudo foi uma preparação ao que estava por vir. No fim da noite, aquele encontro mais que casual causou me um choque: não era possível que eu me enganara denovo. Aliás, quando acertarei? Gargalhava meio a multidão como um louco. Sarcasmo, eu o mereço. Mais uma vez, tudo o que se ligava a algo concreto foi dissipado. Bom pra mim, não mais acreditarei que tudo termine bem, ao menos que já tenha terminado.
Postado por Foka às 9/08/2002 09:53:00 AM 0 comentários
6.9.02
Sou
"Sou a caça dos que te feriram
Sou a mira dos que te fitaram
Sou o trapo dos que te rasgaram
Sou a jaula dos que te prenderam
Sou a brasa dos que te queimaram
Sou a vertigem dos que te enlouqueceram
Sou a desconfiança dos que te traíram
Sou o medo dos que te assustaram
Sou a febre dos que te contaminaram
Sou o horror dos que te perseguiram
Sou a lenda dos que te contaram
do vazio que existe na consciência
da crueldade viva dos que te exterminaram."
Peterson Foka
Postado por Foka às 9/06/2002 07:48:00 PM 0 comentários
3.9.02
Não posso reclamar. Afinal, ainda não virei um zumbi.
Infeliz
Alma viúva das paixões da vida,
Tu que, na estrada da existência em fora,
Cantaste e riste, e na existência agora
Triste soluças a ilusão perdida;
Oh! Tu, que na grinalda emurchecida
De teu passado de felicidade
Foste juntar os goivos da Saudade
Às flores da Esperança enlanguescida;
Se nada te aniquila o desalento
Que te invade, e o pesar negro e profundo,
Esconde à Natureza o sofrimento,
E fica no teu ermo entristecida,
Alma arrancada do prazer do mundo,
Alma viúva das paixões da vida.
Augusto dos Anjos
Postado por Foka às 9/03/2002 02:00:00 AM 0 comentários
2.9.02
Apenas Agora
"Posso acreditar no seu olhar?
Há tantos sentidos, momentos
Eu, perdido no ambíguo
Você, me encantando com o olhar
tão imortal, tão mortal
Apenas agora.
Posso confiar nos seus gestos?
Movimentos suaves, terna feição
Estou tão longe quando está próxima
Teu sorriso desperta-me ao sonho
tão real, tão irreal
Apenas agora.
Posso crer nos seus sentimentos?
Talvez eu mergulhe na insanidade
Enganar-me-ei na subsistência
Errarei se o contrário fizer
tão óbivo, tão obscuro
Apenas agora.
Posso me apaixonar por sua voz?
Penetra em minha mente, faz eco nas profundezas
Meu sangue acelera, meu coração inquieta-se
Por favor, não oculte-se na normalidade
tão calma, tão cruel
Apenas agora."
Peterson Foka
Postado por Foka às 9/02/2002 12:02:00 AM 0 comentários